Wednesday, February 16, 2005

Resta um sopro de sanidade ecoado no vazio de pensamentos moribundos ,
e uma tentativa infantil de achar que tudo é, será, foi, ou um dia vai ser.
Resta uma força para se erguer quando não há mais porque, para se acalantar
em braços de algodão de alguém que nunca houve, que não existe, a não ser em sonhos etílicos
dos loucos poetas esquecidos.
Resta uma deliciosa falta de carater e uma falsidade genuina. E uma falsidade abençoada,
que no dia protege, e de noite abre as asas sobre o mundo, tornando-o seu pequeno feudo,
seu dominio, sua alegoria .
Resta esse frio na espinha, essa dor na alma, essa calma, essa agonia. Resta essa vontade
de suplantar o tempo, de abarcar o espaço, de ficar inerte ao movimento da vida.
Essa tentativa de fugir das súplicas doloridas de vozes venenosas.
Resta esse dilema, esse problema. Essas teorias com suas inúmeras conclusões, que de tantas,
a conclusão nenhuma leva.
Resta esse pisar fundo, esse tocar leve. Esse lembrar triste e esse amar querendo sempre oque não quer.

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